domingo, 8 de setembro de 2013

Psicologia x Engenharia = Música

Este produto foi possível em minha vida.
Pois é, além de tudo aquilo que disse sobre mim no "Quem sou eu" do início do blog, no segundo grau ainda estudei na escola técnica, fiz mecânica no CEFET. E ao contrário do que muitos amigos meus sempre diziam: "Por que eu tenho que estudar matemática se eu vou fazer Biologia?" Sempre gostei de observar pontos de vista diferentes e sempre consegui enxergar nexo entre eles, para mim, se complementavam, conhecê-los não era nenhum absurdo.
Isto hoje recebe o nome de interdisciplinaridade, questões relativas à solução de grandes problemas que afetam muitas áreas diferentes do conhecimento fazem com que elas se juntem e levem em consideração questões, umas das outras, afinal, na vida real os problemas não se separam em disciplinas. E como diz um amigo que outrora também usou muito aquela primeira citação: "Fiz Doutorado pra poder dizer que tudo é a mesma merda!"
Esta pluralidade que existe em tudo, exige de nós cuidado ao sacarmos as coisas do meio em que estão, ao mesmo tempo em que a nossa inteligência precisa desconstruí-las pra poder aprender e entender por etapas, nossa realidade nos desafia a reconstruí-las para podermos aplicá-las com eficiência e verdade. Lembro de conversas no recreio do Cinco (Colégio onde cursei o primeiro grau): "Por que estamos estudando problemas de Física com fios inextensíveis, atrito zero e gravidade 10? Se na hora da verdade vamos ter que considerar o coeficiente de elasticidade do fio, do atrito e a gravidade de 9,8?"
Depois de um ano no curso Miguel Couto - Tijuca, percebi que não tinha motivos para fazer Engenharia a não ser que quisesse "seguir carreira na mecânica", coisa que não era uma verdade, afinal, na engenharia, começaria do zero novamente. Então comecei a me direcionar para a área de humanas, caindo dentro das matérias que não eram da área de exatas, pois estas não haviam no CEFET. Passei para Geografia na UFF e Psicologia na UFRJ que apesar de ter prova específica de História, Geografia, Português e Inglês tem uma grade bem extensa de matérias Biomédicas, sei disso porque foi por ela que optei.
A Psicologia é fascinante pela sua inerente interdisciplinaridade, estuda-se Filosofia, História, Física, Estatística, Antropologia, Sociologia e muito mais. E o mais bacana é este convite aberto a todas estas áreas, a todos que queiram e possam somar conhecimento, sem medo de misturar, de inventar. É claro que a necessidade de ser científica acabava por limar os devaneios e delírios.
Tive a oportunidade de tratar de assuntos relacionados a Psique humana e suas refinadas e, algumas vezes, subjetivas relações, entrar em contato com a psicanálise esta tão questionada e, ao mesmo tempo, querida terapia que provocou o terceiro grande deslocamento da História... Segundo Geraldo, professor de Gestaltismo, o três grandes deslocamentos seriam: Galileu e o Heliocentrismo, provando que a Terra não era o centro do universo, Einstein e a Relatividade, provando que o tempo é relativo e, por fim, Freud e o Inconsciente, tentando provar que a consciência é apenas o facho luz de uma lanterna num quarto escuro, a pequena parte de um desconhecido continente.
Paralelo a tudo isso estava a música que, aos poucos, foi tomando a frente de tudo até que não pude mais negar e acabei não concluindo o curso... Bom para quem precisava de Psicólogo, ruim pra quem quer ouvir alguém afinado.

Eu Mes

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