Pois é, além de tudo aquilo que disse sobre mim no "Quem sou eu" do início do blog, no segundo grau ainda estudei na escola técnica, fiz mecânica no CEFET. E ao contrário do que muitos amigos meus sempre diziam: "Por que eu tenho que estudar matemática se eu vou fazer Biologia?" Sempre gostei de observar pontos de vista diferentes e sempre consegui enxergar nexo entre eles, para mim, se complementavam, conhecê-los não era nenhum absurdo.
Isto hoje recebe o nome de interdisciplinaridade, questões relativas à solução de grandes problemas que afetam muitas áreas diferentes do conhecimento fazem com que elas se juntem e levem em consideração questões, umas das outras, afinal, na vida real os problemas não se separam em disciplinas. E como diz um amigo que outrora também usou muito aquela primeira citação: "Fiz Doutorado pra poder dizer que tudo é a mesma merda!"
Esta pluralidade que existe em tudo, exige de nós cuidado ao sacarmos as coisas do meio em que estão, ao mesmo tempo em que a nossa inteligência precisa desconstruí-las pra poder aprender e entender por etapas, nossa realidade nos desafia a reconstruí-las para podermos aplicá-las com eficiência e verdade. Lembro de conversas no recreio do Cinco (Colégio onde cursei o primeiro grau): "Por que estamos estudando problemas de Física com fios inextensíveis, atrito zero e gravidade 10? Se na hora da verdade vamos ter que considerar o coeficiente de elasticidade do fio, do atrito e a gravidade de 9,8?"
Depois de um ano no curso Miguel Couto - Tijuca, percebi que não tinha motivos para fazer Engenharia a não ser que quisesse "seguir carreira na mecânica", coisa que não era uma verdade, afinal, na engenharia, começaria do zero novamente. Então comecei a me direcionar para a área de humanas, caindo dentro das matérias que não eram da área de exatas, pois estas não haviam no CEFET. Passei para Geografia na UFF e Psicologia na UFRJ que apesar de ter prova específica de História, Geografia, Português e Inglês tem uma grade bem extensa de matérias Biomédicas, sei disso porque foi por ela que optei.
A Psicologia é fascinante pela sua inerente interdisciplinaridade, estuda-se Filosofia, História, Física, Estatística, Antropologia, Sociologia e muito mais. E o mais bacana é este convite aberto a todas estas áreas, a todos que queiram e possam somar conhecimento, sem medo de misturar, de inventar. É claro que a necessidade de ser científica acabava por limar os devaneios e delírios.
Tive a oportunidade de tratar de assuntos relacionados a Psique humana e suas refinadas e, algumas vezes, subjetivas relações, entrar em contato com a psicanálise esta tão questionada e, ao mesmo tempo, querida terapia que provocou o terceiro grande deslocamento da História... Segundo Geraldo, professor de Gestaltismo, o três grandes deslocamentos seriam: Galileu e o Heliocentrismo, provando que a Terra não era o centro do universo, Einstein e a Relatividade, provando que o tempo é relativo e, por fim, Freud e o Inconsciente, tentando provar que a consciência é apenas o facho luz de uma lanterna num quarto escuro, a pequena parte de um desconhecido continente.
Paralelo a tudo isso estava a música que, aos poucos, foi tomando a frente de tudo até que não pude mais negar e acabei não concluindo o curso... Bom para quem precisava de Psicólogo, ruim pra quem quer ouvir alguém afinado.
Eu Mes
Eu Mes
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