Nós somos muito pequenos e limitados perante Deus, esse Pai Maior, essa força criadora e criativa que estamos contidos e contemos também. Para nós, uma reunião paradoxal de idéias que muitas vezes não conseguimos alcançar. Essa presença extraordinária em tudo, desde o que rejeitamos até o que amamos - onipresença, que gera um vetor poderoso, quem sabe o destino, mas vazado de instabilidade presente nas pequenas partículas formadoras das nossas moléculas, denominada de caos, que parece fazer a idéia de livre arbítrio ter sentido: existem possibilidades. Como o copo meio vazio ou meio cheio pelo ponto de vista, pela escolha, pela liberdade de escolha em amar ou sofrer. Ter a opção sugere poder, poder de transformar a princípio o que é abstrato em realidade, A em B, o tal do sonho... Que é a viabilidade de um projeto e não a execução em si. O projeto se basta, já existe ao ser sonhado. A realidade é outro problema... Mas a possibilidade de poder ser feito, em algum contexto, mesmo utópico, nos aproxima do chamado potencial, a onipotência. O resultado do negócio é temporal e contextual na rede de coisas, na trama, na trança, nas cordas, nos pontos do bordado da vida. E nesse momento, parece que o rumo é novamente traçado por um vetor maior, como se em paralelo, andasse o destino e o livre arbítrio. Destino de sempre ter que escolher e livre arbítrio de decidir ficar mal ou sereno diante do inevitável. Nossas consciências juntas formam um inconsciente coletivo, uma onisciência que tem vida própria. Como se fossemos o resultado presente de tudo o que fomos no passado, mesmo do que não vivemos, uma versão mais moderna dos nossos familiares, a nível biológico, DNA ou mesmo a nível filosófico ou ainda espiritual. Um upgrade que explica os moleques de três anos conviverem melhor com a tecnologia do que nós. Que explica eu passar por uma ponte que nunca fui, num país que nunca vi e ter a nítida sensação de já ter estado ali... Pode ter sido meu avô e eu ter herdado essa história. E o tempo, passado e futuro, que ainda não vivemos, é uma coisa só. Uma dimensão que se mistura sem ordem e derrama essa fagulha de agora em nós... O tempo é o perdão, o amor. Acontece como uma integral rasgando tudo, unindo tudo, separando em dias um simples segundo da criação. Uma contemplação da obra. Por todas as partes um jeito de todos poderem perceber a criação, o criador e a criatura. E no meio de tudo isso, eu tive a felicidade de conviver contigo e com a tua família e de podermos dividir esse sorvete. Já valeu, desde sempre...
Eu Mes
"Mas quem ficou, no pensamento voou, com seu canto que o outro lembrou. E quem voou, no pensamento ficou, com a lembrança que o outro cantou."
Canção da América, Milton Nascimento e Fernando Brant
"Mas quem ficou, no pensamento voou, com seu canto que o outro lembrou. E quem voou, no pensamento ficou, com a lembrança que o outro cantou."
Canção da América, Milton Nascimento e Fernando Brant
Nenhum comentário:
Postar um comentário