"Regra do tom acima"-
Já ficou claro que as notas de tensão (NT) estão entre as notas de acorde (NA), mas para bem entendê-las, no entanto, é melhor nos basearmos sempre nos graus de acorde situados abaixo delas.
Dessa forma, seguimos a famosa "regra do tom acima", que é como um macete, para tornar mais simples pensá-las: Sobre cada grau existe uma tensão, localizada um tom acima. É baseada no tipo de acorde.
Ex: Sobre a I existe a 9
Sobre a III existe a #11
Sobre a bIII existe a 11
Sobre a V existe a 13 ou 6
Sobre a bV existe a b13
Sobre a bbVII existe a 7M
Sobre a #V, bVII e VII não existem tensões diatônicas
A regra seguida foi uma regra acústica: Manter afastada a nota que está meio-tom acima de uma NA. Normalmente, a Nota de Acorde é um som importante, um Grau característico, que se quer tocar, por isso evita-se este semi-tom acima e os "batimentos" gerados por ele. Não se pode esquecer, que este intervalo chamado de segunda menor (b2), em sua outra oitava, nona menor (b9), também pode gerar uma dissonância não pretendida num primeiro momento.
Cifragem Básica:
A cifragem segue as seguintes convenções:
- Todo acorde pode ter 9
- Usa-se o nome 4, se esta, for nota do acorde.
Se for tensão, usa-se o nome 11.
Ex: CSus4 = I IV V (Dó Fá Sol)
Cm11 = I bIII V + IV (Dó Mib Sol + Fá)
- A relação da 6 com a 7M é de um tom e são intercambiáves.
Ex: C7M <=> C6
- Usa-se o nome 6, quando esta é nota de acorde.
Usa-se 13 quando for nota de tensão, basicamente se existir b7, pois distam meio-tom e o acorde ganha tensão.
Ex: C6 = I III V VI (Dó Mi Sol Lá)
C7(13) = I III V bVII + VI (Dó Mi Sol Sib + Lá)
Também é bom frisar, que as tensões podem ser usadas separadamente ou combinadas. Não somente sobre Tétrades, mas também sobre Tríades. Neste caso, onde não existe a VII, usa-se o nome de "tensão adicionada", grafada freqüentemente "Add".
Diatônica e Modal-
Apesar de serem chamadas Tensões Diatônicas, têm que estar livres de tonalidade para serem pensadas. Podendo acontecer que nem toda tensão que "cabe" num acorde, "caiba" no tom. A informação gerada pela "regra do tom acima" deve ser comparada com as tensões disponíveis naquele tom. A regra é boa para sermos apresentados às tensões, mas não podemos aplicá-la sem cuidado.
Devemos combinar o uso das tensões com nossa intenção: reforçar ou descaracterizar o tom. Basta voltar ao Ciclo das Quintas e lembrar que a diferença de um tom para outro, além é claro, da nota de repouso, as vezes é de apenas uma nota. Como no caso dos tons vizinhos Fá e Dó:
Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó
Fá Sol Lá Sib Dó Ré Mi Fá
Isso quer dizer que se estamos usando uma tensão, que é perfeita acusticamente, mas não faz parte do tom, podemos fugir da nossa própria intenção e "cair" em outro tom. Usando estas mesmas escalas:
Se quisermos colocar uma 9 no acorde de Am?
Consultemos a regra lá de cima, para acordes menores (I bIII e V):
Podem usar acusticamente 9, 11 e 13.
Então usaremos a 9.
A nona está um tom acima da I.
No caso de Am, ela seria Si.
Se estivermos no tom de Dó, o Si está disponível.
Se estivermos no tom de Fá, Só o Sib está disponível.
Se fizermos um Am9 no tom de Dó, a tensão soará Tonal.
Se fizermos um Am9 no tom de Fá, a tensão soará Modal (não pertencente ao tom, mas proveniente de algum empréstimo).
Como fazer para esta tensão soar tonal em Fá?
A nota "Si" sempre soará Modal em Fá, pois não pertence a tonalidade e, por isso, leva o ouvinte a sentir este Am como um acorde proveniente de Dó e o trecho melódico num modo da tonalidade de Dó.
Nenhum comentário:
Postar um comentário